O distúrbio pode estar relacionado a agentes externos, como o uso de cosméticos inadequados, geralmente muito oleosos e que acabam obstruindo as glândulas sebáceas; uso de medicamentos sistêmicos; oleosidade excessiva; alterações hormonais; distúrbios menstruais; alimentação errada; obesidade e até estresse.
“A regra número um para quem tem acne é abolir o uso de cosméticos à base de cremes, devendo-se optar por produtos em gel e filtros solares oil free. Também é proibido espremer ou cutucar o rosto!”
Geralmente, são observadas intensas alterações psicológicas que podem levar à inibição social, constrangimento, depressão e insegurança no ambiente de trabalho. Algumas pessoas, na tentativa de melhorar o aspecto da pele, lavam o rosto muitas vezes por dia, cutucam as lesões ou exageram no uso de cosméticos para disfarçar o problema, podendo assim agravar ainda mais o quadro.
Outra prática infelizmente comum, porém nada recomendada, é se expor ao sol, acreditando que ele poderá melhorar o aspecto da pele. Num primeiro momento, isso até acontece, mas ledo engano... Depois, a acne volta e ainda pior, uma vez que vem acompanhada das manchas e envelhecimento provocados pelo sol.
A regra número um para quem tem acne é abolir o uso de cosméticos à base de cremes, devendo-se optar por produtos em gel e filtros solares oil free. Também é proibido espremer ou cutucar o rosto!
Mas, apesar da irritação e transtornos que a acne gera, aqui vai uma boa notícia: ninguém precisa se desesperar, porque o problema pode ser controlado e até resolvido, desde que o paciente recorra a um especialista, que irá prescrever o tratamento mais indicado para o seu caso. Portanto, nada de automedicação! Muitas vezes, o que funciona na pele de uma amiga ou colega de trabalho, poderá não servir para você e até piorar o aspecto das lesões.
O tratamento envolve desde medicamentos orais ou tópicos para serem administrados em casa até procedimentos em consultório. Opções não faltam! O importante é o diagnóstico preciso e a terapêutica correta.
No próximo texto, iremos abordar o que se pode fazer para melhorar as cicatrizes de acne, aquelas marquinhas que incomodam tanta gente.
Paula Bellotti é dermatologista, formada em medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro, com pós-graduação em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e da Société Française de Dermatologia.